Silva é um sobrenome da língua galaico-portuguesa, sendo de ocorrência mais frequente entre os habitantes de Portugal e Brasil. É um sobrenome bastante popular em Portugal, e não podemos nos esquecer de que a grande maioria dos brasileiros possui alguma ancestralidade portuguesa, ainda que remota na maior parte dos casos. A população brasileira é descendente de portugueses. Os portugueses constituíram o grupo que mais povoou o Brasil. Durante mais de três séculos de colonização, somada à imigração pós-independência, os portugueses deixaram profundas heranças para a cultura do Brasil e também para a etnicidade do povo brasileiro.
Origem
Sua origem é claramente toponímica, sendo derivado diretamente da palavra latina silva que significa selva, floresta ou bosque, e tem a sua origem na Torre e Honra de Silva junto a Valença.
De facto, em Portugal, na Galiza, em Leão e nas Astúrias existem diversas localidades cujos nomes compõem-se por “Silva”. É possível, porém, verificar que a popularidade deste apelido remonta ao século XVII em Portugal e também no Brasil.
A primeira linhagem que adaptou o nome Silva como apelido tem uma origem muito antiga e provém do príncipe dos Godos D. Alderedo, cujo filho, D. Guterre Alderete de Silva, se casou com uma descendente da nobreza da Casa Real de Aragão e é anterior à fundação da nacionalidade portuguesa, no final do século X.
Nome largamente adotado por pessoas que chegadas ao Brasil queriam começar uma nova vida sem vínculos com o passado na Europa, se aproveitando do relativo anonimato que o sobrenome proporcionava (e ainda proporciona). Todavia, também no Brasil, um atual ramo da família Silva, em sua quinta geração, é descendente dos reis de Leão e são mestiços – uma importante família aristocrática brasileira no Amazonas, dos quais varões da 2ª geração herdaram durante o Brasil Império o baronato de Amazonas.
Difusão
Apesar da enorme difusão na população lusófona em geral, “Silva” também é o sobrenome de importantes famílias nobres portuguesas (ver: Casa de Silva), que normalmente o usavam juntamente com outro Apelido de familia (sobrenome).
É bastante provável que o conjunto de nome e apelido mais comum nos países lusófonos seja João/José da Silva, podendo comparar-se a John Smith em países de língua inglesa, Juan García nos de língua espanhola, Hans Schmidt nos de língua alemã ou a Giovanni Rossi nos de língua italiana.
Em março de 2016, o apelido Silva ocupava o 42.° lugar dos nomes mais frequentes do Luxemburgo.
Brasil
A ligação do sobrenome com o Brasil começa muitos séculos mais tarde, com o primeiro conde de São Lourenço, Dom Pedro da Silva, governador-geral da colônia entre 1635 e 1639, no final da União Ibérica.
Silva foi trazido ao Brasil como sobrenome pelos portugueses no início da colonização e ondas migratórias posteriores. Sendo atribuído àqueles que não traziam consigo um nome de família ou aqueles que não sabiam dizer ao certo de que cidade ou região de Portugal procedia a família, ou optavam por não declarar. O registro mais antigo desse sobrenome no Brasil é o do alfaiate Pedro da Silva datado de 1612. Tendo estabelecido família em São Paulo, Pedro participou da administração colonial e das bandeiras de Lázaro da Costa (1615) e Raposo Tavares (1628). Quase na mesma época, famílias oriundas de Portugal carregando o sobrenome “Silva”, provavelmente “Cristãos-novos”, fugindo do Tribunal da inquisição, chegaram ao Rio de Janeiro e logo em seguida ao Sul e ao Nordeste do País. O sobrenome Silva se espalhou por todo o território brasileiro, principalmente por dois motivos: Porque quando o Brasil foi colonizado pelos portugueses muitos destes faziam acréscimos ao sobrenome original, os que vinham do litoral de Portugal incorporava o “Costa” ou “da Costa”, enquanto os que vinham do interior de Portugal incorporava ou ganhava o “Silva” ou “da Silva”.
O sobrenome Silva, bastante comum no mundo português, era adotado normalmente por pessoas sem procedência ou origem definida, no início da colonização do Brasil, a maioria dos portugueses que queriam começar uma nova vida eram na verdade: Cristãos-novos, isto é, Judeus portugueses convertidos ao Catolicismo Romano e que buscavam viver em anonimato nas novas terras, sem vínculos com o passado de perseguições aos Judeus na Europa, então adotavam o sobrenome mais comum de Portugal, aproveitando-se do “relativo anonimato” que o sobrenome lhes proporcionava. Além disso o sobrenome também ganhou popularidade no Brasil entre os descendentes de indígenas e também dos escravos negros que herdavam por motivos alheios o sobrenome de seus senhores sem qualquer tipo de ligação de parentesco com a família portuguesa como forma de identificação de sua posse, assim podia ser identificado seu senhor ou sinhá e a que familia servia. Até a abolição da escravidão em 1888, os negros não tinham sobrenomes no Brasil.
Ao desembarcar dos navios vindos da África, os negros eram batizados por padres católicos e ganhavam um nome em português, quando recebiam um sobrenome geralmente era o mesmo de seu dono, isso era uma forma de “identificar a quem pertencia determinado escravo(a)”. Na época muitos proprietários de terras e senhores de escravos tinham “Silva” no sobrenome.[21]
Um estudo realizado com amostragem de 30.400 pessoas no Brasil mostra que 9,9% dos brasileiros contemplam “Silva” no seu sobrenome, seguido por 6,1% com sobrenome “Santos”, 5,8% com sobrenome “Oliveira” e 4,9% com sobrenome “Sousa” (ou, na grafia arcaica, “Souza”).
Espanha
Dois ramos importantes dos Silvas são também encontrados em Espanha com origens em:
Afonso Tenório da Silva, fundador da Casa de Silva, senhor de Barcience nascido em Santarém o seu filho Juan de Silva y Meneses recebeu em 1456 o título de conde de Cifuentes, família que se tornou Grandes do Reino de Espanha.
Rui Gomes da Silva (Chamusca, 27 de Outubro de 1516 – Madrid, 29 de Julho de 1573), príncipe de Éboli, duque de Pastrana, de Francavila e de Estremera, conde de Melito e Grande de Espanha, foi um dos principais validos de Filipe II, rei de Espanha, assumindo o lugar de seu camareiro-mor e um papel capital na política espanhola do século XVI.
Do seu casamento com Doña Ana de Mendoza de la Creda y de Silva Cifuentes ((1540-1592), uma das mulheres mais belas de Espanha), nasceram dez filhos. Um deles, D. Rodrigo de Silva y Mendoza (1562-1596) II Duque de Pastrana, casado com D. Ana de Portugal y Borja (1570-1629), descendente do rei Fernando I de Portugal, deu origem à linhagem De Silva Portugal ; enquanto outro filho, D. Diego de Silva y Mendoza (1564-1630), I Marquês de Alenquer e III Duque de Francavilla, deu origem à linhagem De Silva Alenquer. Linhagem que do casamento entre seu filho Don Rodrigo de Silva Mendoza y Sarmiento (1600-1664) e Dona Isabel Fernández de Ixar [(1603-1642) V Duquesa de Ixar, deu a linhagem De Silva Fernández de Ixar.
A sua linhagem está hoje fundida com a Casa de Alba, como podemos ver no brasão dos Alba (no canto superior direito). A mãe do atual 19.º Duque de Alba (Carlos Fitz-James Stuart) era María del Rosario Cayetana .. Fitz-James Stuart y de Silva Falcó y Gurtubay.
Itália
A seguinte divisão da Casa De Silva Fernández de Híjar Portugal em três linhagens (duas espanholas e uma italiana),[25] deveu-se a três filhos nascidos dos dois casamentos de Don Andres Avelino de Silva Fernández de Híjar Portugal y Fernández de Córdoba (1806-1885), XIV Conde-Duque de Aliaga e Conde de Palma del Rio. Do primeiro casamento com Doña Josefina de Ferrari y Bonet (1819-1876) (filha de Don Jeronimo de Ferrari de Parma, “Kapellmeister” do rei Fernando VII de Borbone) nasceu Doña Josefa Maria del Carmen de Silva Fernández de Híjar Portugal (1837-1906); que, com sua filha -doña María Dolores (1861-1923)- e com o filho de Doña María Dolores, Don Vittorio Umberto de Silva Fernández de Híjar Portugal (1881/1954) [filho ilegítimo de quem Doña Maria Dolores de Silva Fernández de Híjar Portugal teve com Don Carlos Maria Fitz James Stuart y Portocarrero Palafox (1849-1901)XVI duque de Alba] por descendência matrilinear deu origem à linhagem italiana ainda existente.
Austría
João Gomes da Silva (* 1671; † 1738), 4.º conde de Tarouca embaixador do Rei de Portugal em Viena, casou-se com Joana de Menezes. Seu filho Manuel Teles da Silva, Duque de Sylva-Tarouca e Turnhout, Conselheiro Privado e Presidente do Supremo Conselho Holandês-Italiano, casado com Amalie Duquesa de Holstein-Beck, foi o progenitor da família na Áustria. A família possuía terras na Boêmia na Morávia e no Piemonte, O palácio Sylva-Tarouca em Viena, hoje museu Albertina, e o Castelo de Gosau em Salzkammergut. Em 1907, a família recebeu a cadeira hereditária na Herrenhaus, a câmara alta do parlamento austríaco.
Brasão de armas
Os Silva(s) vão buscar as suas armas de brasão à casa dos reis de Leão e são compostas por um fundo de prata onde sobressai um leão de púrpura ou vermelho que se encontra armado e lampassado de vermelho ou azul. Por timbre, tem o referido leão do escudo.
Fonte: Silva (sobrenome) – Wikipédia
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